Delirium de um sonheto
Meu olhar se inflama no sonho íntimo das velhas ambições
Eu te vejo outra vez minha eterna névoa.
Teu vulto leve levanta-se das sombras cortando meu coração nas terras virgens do passado.
Nossos olhares melancólicos se encontram outra vez no sonho vão e febril da noite.
Vieste do fundo das sombras trazendo sabor de vinho nos lábios
e nas mãos o gélido toque fino.
O torno do seu rosto sustentou a tua linda face
Fazendo do instante o mais saboroso destino.
De repente, na bizarra orquestra desse sonho eu despertei com intensa luta.
Meus olhos sóbrios se abriram lentamente
Vi teu vulto desaparecer no poente.
Na terra dos sonhos encontrei meu antigo tormento
sei que algum dia ele morrerá aqui dentro
Hei de morrer tão sereno, como um sonho morre a cada despertar.