Aldebarã (Caris Garcia)

Aldebarã

(Caris Garcia)

Aves rasgando os céus do infinito

Paralisada em vertentes únicas

Nas veias de teus rios, ressuscito...

Em branca e iridescente túnica

Peculiar e especial, na alma, a criança

Que guarda a doçura da inocência em plenitude

Conduz a orquestra das andanças

Todos os sons em energia amiúde...

A mensagem profunda de um Beija-flor místico

Irradiando temporais de um relógio sem ponteiros

Fontes termais emanando teoremas cabalísticos

Não há valor na matéria, apenas o espírito verdadeiro...

Inscrições enochianas, as Monas hieroglíficas...

Os números que se repetem em anéis infinitos

Lugar original, berço onde o manuscrito se solidifica

Amor e luz, sereno o “veredictum”

Na constelação de Taurus, a mais peculiar e brilhante

Suas chuvas derramadas em todo universo

A voz do Divino que ordena, cante!

Mostre o caminho, o avesso do espelho no inverso

Alpha do Supremo, intrínseco o primor !

O conceito primogênito da beleza mais pura

Passagem estreita, os enigmas seu condutor

Inspirações irradiadas em paletas na pintura

Diamantada em Guerreiros Alados, os Guardiões...

Fortaleza inquebrantável, forjada em genuíno aço

Não há dor, miséria, nem tostões

“Eterno movimento do agora! Vê o compasso!”

O espírito selvagem dos corcéis alados

sorvem água absolvendo os arcos multicores

“Ressurja a cabal tese do renovado!”

As harpas entoando canções superiores

O pulsar de águas tocando a alma dos rochedos

Areias cintilantes repousam em púrpuros oceanos

Desliza sobre as águas sem receios ou medos

Intocável ! A moral transcende os puritanos!

Os tambores mutantes na ciranda

Tribo metafísica, rumo as pirâmides ascensionadas

Festivais de borboletas formando guirlandas

os caminhos que levam para sublime jornada

Mistérios ocultos revelados em melodias

Afrescos e elementos feitos mentalmente

Trabalho incansável, com esmero, dia-a-dia

Sensações que não se vê, apenas se sente!

Sentidos apurados em cada frequência

Cada nota, uma transmissão de sabedoria

A melopeia de rouxinóis, imperdível audiência...

“Felicita-se! Pelas íris, sorria!”

Alegorias banhadas em ouro escarlate

Tijolos amarelos adornados de flores cantoras...

Na saudade, as lembranças do fogo, resgate!

A saudação das fadas, do desabrochar, monitoras...

Alimentos purificados, mais leves que o ar

Bebidas que evaporam em cálices cerimoniais

Chalanas que sobrevoam o celeste mar

Não me esquecerei de tuas lições, jamais!

Banhar-se em suas águas profundas

Um tesouro divino eterno para memória

Semblantes marejados em reflexões moribundas

“O passado, é parte ínfima da tua trajetória!”

A dança ritmada em colônias de bem estar

Aumentando e diminuindo a periodicidade

inacessível aos comuns, o excêntrico crepuscular

Em Atlântida não descrevem tal planeta nem cidade...

As chegadas e as partidas da terra amada

Direciono transloucada missão do divino

Equilíbrio de civilizações tão avançadas

Fora das colunas de Hércules, já se ouve seu hino...

Dizemos apenas um até breve, terra querida

Arrebata o coração salpicado de lembranças

Estremecem as dimensões, a guardiã sob medida

Portadora da chave, a própria Arca da Aliança...

Não é uma busca sem sentido

Nem é a sabedoria de uma filosofia vã

Larga tudo, vem ! Venha comigo!

“Um óbolo, e a jangada te leva a Aldebarã!”

Caris Garcia
Enviado por Caris Garcia em 08/05/2018
Código do texto: T6330586
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