ETERNIDADE FUGAZ
Disseste que os homens eram fracos e desgarrados
seres perecíveis no espaço e no tempo
as ampulhetas cósmicas conspiram contra nós
não deixaríamos rastro de existência
e que a Terra era um grão de areia neste cosmos
foi quando fiquei destruído e desamparado
não mais consegui encarar o astro rei sol
preferi buscar abrigo no azul das noites
obscuridade silenciosa destas águas sob a lua
há arco íris lunares
neles busquei meu pote de ouro
para compensar o vazio que se tornou a vida
retirei-me para além das ilhas
fui seguido pelos fracos e oprimidos
mas abandonaram-me porque não houve revolução
preferi a quietude das montanhas místicas
a contemplação das cascatas do infinito
vi estrelas caírem do céu
reis e rainhas prisioneiros do ego
curandeiros disputarem futuros com cartomantes
aqui por fim encontrei meu destino
na paz e silêncio
o nada que atravessa o cosmos
onde todas as coisas são uma eternidade fugaz