ARREBOL
O sol prepara-se para aninhar
O dia que morre da o último adeus
Vagas chispas ouriçam os largos campos
Lacrimando sobre o vergel dos olhos teus
Dois vincos rubros decoram o azul
Pigmentando com o pincel até o ponto postremo
Reboliçam nuvens etéreas e volumosas
Como ondas famintas agitadas pelo remo
Alguns minutos depois elas são incineradas
Empardecem feito cinzas depois de abrasidas
Um derradeiro fulgor esconde-se no oeste
O céu cobre-se de luto com o dia falecido
Porém, ainda uma nódoa lânguida
Deixa resquícios oriundos do sol
Um frágil lampejo no ocaso expira
Dissipando o fascinante arrebol.