BREJO DA VIDA

A primeira cancão que cantei
Destoava nos ares, choro,
Fomos para o Glória,
Mãe, irmão e pai.

Equilíbrio de lata na cabeça,
Palco das lavadeiras,
Brejo da vida.

Os fastos vertem em goles
O que a sede deseja,
Um lampejo, uma semente.
Elo repoetizado,
Berço restaurado.

Que importa a passagem do vento,
O Glória, a Bahía, o lenho no monte?
— O que eu ouço é o eco.

A concepção de Maria,
A fidelidade antonina,
A fraternidade marciana.

As tias enfileiradas,
As faldas estampadas!
Resenha de avós,
O sarau com café.

Os eclipses astrais profetizaram a volta
Em outros carnavais,
Desde a Bahia à Minas,
À fonte de água grande

Com sacramentos, por haver tempo!

Eterno mirante, mina de luz
Se às horas fazem jus
Os sonhos da Rosário e da Matriz!

 
Luís Aseokaynha
Enviado por Luís Aseokaynha em 13/03/2018
Reeditado em 14/03/2018
Código do texto: T6278731
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