POEMA QUE ECOA
"Meu avô sabia o valor das coisas imprestáveis.Seria um autodidata? Era o próprio indizível pessoal."
Manoel de Barros
Às vezes tenho a impressão
De que tudo que falo ou escrevo
Estará perdido no tempo.
Abandonados à própria sorte,
Meus versos se desfarão em pó e areia;
-São edificações que balançam ao vento,
futuras ruínas incompreendidas
Onde nenhum olhar jamais sentiu deleite ou gozo.
Por isso escrevo o Agora.
O instante é meu cúmplice.Minhas palavras
Respiram comigo e pulsam no movimento
De meus dedos- inquietas,trêmulas,
Como o arfar de um último suspiro...
Grito numa terra de surdos!
Sou Grilo inútil para o silêncio dos tolos
Ecoando eternamente.
Recife, Agosto de 2007.