GERAÇÃO BABY-BOOMER

A bomba "Little-Boy" rica em urânio

explodiu em Hiroshima,

depois pariu mundo afora

gente ionizada e nervosa;

deu a luz durante vinte anos.

Mas quais foram as percepções

dos filhos com a cara da bomba?

Não houve percepções, paixões, desvendamentos,

todavia um filho seu epilético,

sonhou com o lançamento

de balões coloridos no céu do Japão.

Eles explodiam na celebração do estrondo

em homenagem à mãe enriquecida

e dos balões surgiram os netos da bomba

que tudo sabiam:

“Nós, vítimas da fissão, retornamos,

porque viver é uma reação em cadeia!”.

DO LIVRO:"O ÚLTIMO FOGUETE"

Paulo Fontenelle de Araujo
Enviado por Paulo Fontenelle de Araujo em 17/02/2018
Reeditado em 07/09/2018
Código do texto: T6256635
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