Chronos

quem sabe a flor de nossos anos viva

enclausurada ou em uma redoma

no coração do tempo algoz sombrio

que guarda para si o doce aroma

quem sabe esse senhor azafamado

que cobra caro qualquer desperdício

seja invejoso dos pobres amantes

que roubam o tempo em seu benefício

eco disperso no grande oceano

do universo apenas pulsação

impõe ditame tão draconiano

não o procures na terra ou no céu

jamais o trates como anfitrião

ou ele te engole como troféu

Helenice Priedols