PRESA CONDENADA

Quero descansar até além de mim sumir

Despedir-me da vida no sono

Ir além do que seja meramente dormir

Quero estar pertinho da morte e do abandono...

Para que eu possa fugir de me forjar no ser

Estou cansado de amanhecer com tantas cobranças e veto

Na dança da sensibilidade viver é a cada dia morrer

A vida dia a dia nos deglute pois a todo minuto o viver é incerto

E assim como linguiças vão nos retorcendo por completo

Somos vidas e logo nos damos conta que viramos comidas de insetos

Caímos presos nas manhãs invisíveis das aranhas em repouso

Que arrumam suas casas aparentemente frágeis como ave sem pouso

Como andarilhas que não precisam de anfitrião para sobreviver

Tanto o coração e o nosso frágil ser se vão desaparecendo

São nos dado uma única vez e com o tempo que passa

O coração se dilacera e se regenera mais o nosso corpóreo ser

Este vai se desfazendo que chega uma hora que ninguém mais

Olha com olhos de vida pra você...

A Natureza sabe como encontrar todos os seus pontos fracos

Seja de uma forma ou de outra ela sabe que não sabes de nada

Ás vezes ela vem através de uma outra pessoa que pensarás amar

Mais não adianta que o mundo negue e berre que ela não te ama...

Porque já fostes capturado em sua teia sem que a percebas

Que não eras o convidado mais sim a presa condenada...

Apenas tens que passar pela tua cega paixão

A natureza não falha não

Olha o leite da mãe amada que o filho alimenta

O filho cresce porque dele se amamenta

Já quem não é filho da jumenta

O que cresce mesmo são os chifres da cega paixão...

Não adianta dizer que está errado

não adianta dizer que está certo o seu bramir

Dentro de si morre um condenado

Fora de si um libertado sem rumo pra seguir

Jasper Carvalho
Enviado por Jasper Carvalho em 29/01/2018
Código do texto: T6239142
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