PRESA CONDENADA
Quero descansar até além de mim sumir
Despedir-me da vida no sono
Ir além do que seja meramente dormir
Quero estar pertinho da morte e do abandono...
Para que eu possa fugir de me forjar no ser
Estou cansado de amanhecer com tantas cobranças e veto
Na dança da sensibilidade viver é a cada dia morrer
A vida dia a dia nos deglute pois a todo minuto o viver é incerto
E assim como linguiças vão nos retorcendo por completo
Somos vidas e logo nos damos conta que viramos comidas de insetos
Caímos presos nas manhãs invisíveis das aranhas em repouso
Que arrumam suas casas aparentemente frágeis como ave sem pouso
Como andarilhas que não precisam de anfitrião para sobreviver
Tanto o coração e o nosso frágil ser se vão desaparecendo
São nos dado uma única vez e com o tempo que passa
O coração se dilacera e se regenera mais o nosso corpóreo ser
Este vai se desfazendo que chega uma hora que ninguém mais
Olha com olhos de vida pra você...
A Natureza sabe como encontrar todos os seus pontos fracos
Seja de uma forma ou de outra ela sabe que não sabes de nada
Ás vezes ela vem através de uma outra pessoa que pensarás amar
Mais não adianta que o mundo negue e berre que ela não te ama...
Porque já fostes capturado em sua teia sem que a percebas
Que não eras o convidado mais sim a presa condenada...
Apenas tens que passar pela tua cega paixão
A natureza não falha não
Olha o leite da mãe amada que o filho alimenta
O filho cresce porque dele se amamenta
Já quem não é filho da jumenta
O que cresce mesmo são os chifres da cega paixão...
Não adianta dizer que está errado
não adianta dizer que está certo o seu bramir
Dentro de si morre um condenado
Fora de si um libertado sem rumo pra seguir