ALMA

Voa, alma cansada

Pergunta pelos teus sonhos

Pelos teus ideais, desvencilhados

Atado está o teu destino

Num corpo desvanecido

Extinguido e exilado, mas não morto

Voa alma, voa...

Porque tens vida, tens asas

Tens lugares em ti que a tristeza desconhece

Tens caminhos recônditos

Onde a inércia do mundo

Ainda não te pode afetar

Vai alma, clama por teus amores

Ignora por ora as dores

Que ainda persistem em tí

Eleva-te à altura das nuvens

Pois elas sim te podem dar

Águas límpidas e edificantes

E o teu corpo impuro

Então poderás lavar.