Entre o céu e o chão - Ilusões - VIII
... eu afundava
na pior lama quando
pensava compreender
o ser e a mim mesma,
eu afundava em meus
versos frios enquanto meu
corpo não era capaz de
enfrentar senhor algum,
eu afundava em lágrimas
por nada poder fazer
por mim e por meus
espelhos mudos e
turbulentos enquanto
minhas certezas e forças
rolavam em lágrimas
comuns,
eu afundava
nas minhas incertezas
e nas minhas dores
por ter tocado
apenas as superfícies
dos ecos e dos reflexos,
eu afundava
( necessariamente) na
minha humanidade para
com a força da carne
compreender que o
céu está muito distantes
das árvores que brilham
e daqueles que sobrevivem
com um pouco de mel,
eu afundava em luzes
e sombras enquanto
minha poesia continuava
extática aos ohos daqueles
que não compreendem o
valor dos abismos para
um chão mais nobre;
eu afundava e não me
envergonho da lama
que volveu meu
sonho torto...