NA CALADA DA NOITE
Sim, posso contar
Do que vi, do que ouvi
No silêncio das coisas dormidas
Nas lembranças doutras vidas
Chegaram cavalheiros bem vestidos
Damas tímidas, recatadas
E risadas
Dos meninos
Posso contar do pomar
Do caju maduro
Do olhar mais puro
Mas quem acreditaria?
Por que não acreditar no que se passou outrora?
O vento não leva tudo embora
O guardador do tempo se encarrega de guardar
E na calada da noite quanta coisa pode chegar!