Entre o céu e o chão - Ilusões - VI
... quisera eu
jogar meu pouco
ouro e minhas
miudezas ao vento
ou a quem deles
rogar,
quisera eu
acabar com todo
céu e com toda ilusão
e apaziguar-me
no meu centro,
quisera eu fazer
de meu Senhor
um servo fiel,
corajoso e
persistente,
quisera eu
ser o elefante de
6 márfins e tocar
por instantes
um pouco de paz
e sabedoria,
quisera eu
abandonar o conforto
das armadilhas
para sorrir-me
com leveza ao
meu próprio espelho,
quisera eu ter
a coragem dos que nada
carregam e que
tudo tem,
quisera eu
desprender-me
das palavras ofensivas
e das tempestades
insanas,
quisera eu provar
a humildade dos
pássaros que aceitam
seu voo e seu existir,
quisera eu
ser o verbo proferido
nas rodas amarelas...