Meu corpo parado.
Ainda respira.
A consciência se esvai em poros.
 
Suores.
Calafrios.
Tremores
Febre.
Sintomas.
 
Minha alma parada.
Flanando
Percorrendo as cores.
Caminhando no ritmo dos sons.
Visitando flores,
memórias e saudades.

Parado está o sol
a queimar silenciosamente.
A melanina, a retina
e a existência.
 
Mas tudo está parado;
Constante.
Em silêncio
É um monastério
todo esse universo.
Silente.
Latente
Incandescente.
 
A vibrar por minúsculas vidas.
Por trepidar por entre moléculas.
Por oscilar entre altos e baixos.
Entre sons sussurrantes
E gritos lascinantes.

A palavra.
A rima
e a poesia.
 
Parada nos dedos.
Congestionada no oxigênio.
Hemoptise de lirismo.

Câncer romântico
a carcomer o coração
por emoções abortadas
no nascedouro dos afetos.

Tocar essa inércia
é descobrir a poesia.
GiseleLeite
Enviado por GiseleLeite em 03/01/2018
Código do texto: T6215584
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