QUIMERA

O vento se derrama para a pedreira,
Canta, tenta atingir a sua sensibilidade,
Pobre vento! cantará a vida inteira,
Não mudará a concreta impassibilidade.

As pedras estão em outro patamar,
Não entendem nada da eólica harmonia,
Da poesia surpreendente, existente no mar.

As pedras não se rendem à transcendência,
Aos portentos, sentimentos da existência.

Nobre vento! quimérica missão, mesmo em vão, assobia.