“NIHIL”
 
Estou nu
tal qual criança
ao nascer...
Diz-se rebento...
(Expressão deplorável).
Não aguento!
Serei tal qual cadáver nu,
ainda sem sepultura...
Um ente (gente) que se foi
para o nada.
Tudo é mesmo nada,
Tal qual a vida dos andrajos,
Nem ente, nem gente,
Notívagos...sem que
ninguém lhes ouça
embora tenham filosofias
indecifráveis,
vida, histórias,(interessantes)
para contar.
Existência – com idéias
geniais, até desaforadas,
lucidas porém desprezíveis.
As vezes são puros,
Mais sujos só no corpo,
camisa rota e não ambicionam
nada.
Quando a alma ainda é pura.
Mas para quê? 
Passam pela vida
sem serem notados,
agraciados.
Nem considerados,
Eis que jamais serão
ouvidos e nunca considerados
pelos que correm, matam
e anseiam tudo na vida-mundana
e profana...
para o nada!
Simplesmente para o
nada...
A existência é mero acaso
e finita é a glória no ocaso,
mesmo dos eleitos heróis.
Todo o universo é pó
Nada mais que poeira
Ou talvez sujeira?
Muitas asneiras.
E a chamada verdade
é um horizonte sem fim...
Ninguém é proprietário
de nada...
nem mesmo da vida!
Nem usuários,
das coisas e dos sonhos
ainda que estes sejam puros
e realizáveis.
Ainda que o sol nasça
numa manhã primaveril.
Os justos dormem e,
os intolerantes bocejam,
nessa ordem, ou vice-versa.
A paisagem é a mesma
e a natureza indiferente à tudo
não se manifesta.
Enfim: tudo, tudo  é simplesmente
nada.