Não.
Dói-me o peito, negar-lhe.
Não posso mais.
Meu finito é infinito.
E, meu infinito é bem finito, 
limitado e suicida.

Minha alma se atira do alto das agonias 
mais profundas
Ateia fogo as vestes da vaidade e da
estética.
E abortando o corpo.
Levita nas emoções.
Nos sentimentos silenciosos.
Que entram por olhares a dentro.

Não.
Dói muito.
Mas é preciso dizer não.
Talvez assim.
Possa entender os limites.
Os paradoxos e principalmente
os desafios.
Sobreviver.
Resistir.
Transcender.
Disputar no tempo,
o espaço.
Disputar no espaço,
algum tempo.


Não posso continuar.
Não posso acostumar.
A rotina danifica tudo.
Hábitos.
Rituais.
Signos banhados em significados.
Bebericando semântica
cartesiana dos dias e noites.

Não.
Hoje, nego-me.
Perante ao espelho.
Perante ao ego.
Estou plena em inconsciência.

Há sentidos dormentes
que percorrem os dedos.
Percorrem os poros,
em suares gélidos e noturnos.

Não.
Mil vezes negarei.
Ainda que tudo que fiz.
Tudo que sei.
Tenha sido a mais 
ruidosa afirmação de tudo.

Do que fomos nós.
Do que jamais seremos.
Do que presenciamos.
Com a placidez da maturidade.

Siga em frente.
Ouça outras negativas.
Construa assertivas.
Edifique-se...
Na possibilidade da expectativa.
Na serenidade da esperança.
Ou na redenção de alguma
sabedoria.

Hoje, meu caro,
é não!
GiseleLeite
Enviado por GiseleLeite em 02/12/2017
Código do texto: T6188317
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