Sagitário
Atirei a flecha assim que lhe percebi
Vendado pela paixão nunca realmente lhe vi
Você sempre foi uma sombra, algo etéreo
Distante de mim, nunca me levou a sério.
Passei tempo demais correndo atrás de uma ilusão
Entorpecido por uma inebriante e cega emoção
Ignorei as placas e setas da razão
Até cair exausto e derrotado no chão.
A culpa é toda minha, me enganei sozinho
Não notei nada nem ninguém ao longo do caminho
Não ouvi oráculos, as árvores ou as mensagens do vento
Criei um personagem restrito ao meu pensamento.
Não posso dizer que lhe perdi
Pois sequer lhe conheci
Agora vejo que foi tudo um grande engano
Corrida cega de um centauro insano.
É preciso conhecer o alvo para mirar
Saber exatamente onde quer alvejar
No escuro, supostos prêmios escondem maldições
E corações dilacerados acabam chorando em versos e canções.
Ônus e bônus confundem seus papéis
O que poderia ser sorte vira revés
A aljava guarda muitas outras chances
Rogo aos deuses mais sabedoria nos próximos lances.