Os Sonhos da Água Dormente...

Sabe-se que quando chove,

Os espíritos aproveitam para falar mais alto...

Pois na clareza do silêncio

Eles se negam a conceder a absoluta certeza

De que realmente se fazem presentes...

Então se abre a porta e o Céu foge,

Leva todas as águas e as pedras,

Até a luz segue outrora...

Eles procuravam por água dormente...

Pois nela descansavam suas fraquezas

Diluídas em aridezes insones...

Ao lado de fora de seus intentos

O vácuo levou o ar e a poeira cristalina

Desprendendo-se de seus maremotos internos

Onde nasceu o sono líquido...

Na água espiritual das flores

Outra fluidez rósea se encaminha

Para o Ser que leva o perfume etéreo,

A frágil percepção do Irreal e até mesmo a Luz...

Lá onde as casas

Foram feitas de madeira noturna

Os mistérios jamais deixavam o dia amanhecer...

Antes escorregavam quais sombras

Para procurar água dormente;

Hoje tentam lembrar

Como a luz foi embora

Levando as formas dos ventos...

Giuliano Fratin

Giuliano Fratin
Enviado por Giuliano Fratin em 08/11/2017
Reeditado em 09/11/2017
Código do texto: T6166230
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