Nessas horas de luz

Essas horas de luz

que os silêncios arranjam

como buquês do coração

ungidos pelo sangue da alma,

ascendem aos céus

em alento e canção.

Compartilho essas horas

às vezes em extrema alegria,

às vezes, em extrema dor...

Resvalo em nuvens fendidas,

em tantos caminhos,

que acho que, às vezes,

bem de mansinho,

a vida parece dizer-me:

me ache onde estou.

Então meus olhos te buscam

por luzeiros e fábulas,

e nessas taças de luz

eu sorvo essas fadas

que me chegam

do teu país de alegrias.

Mas quando me vejo sem ti,

eu passeio no nada,

e essas horas de luz

são raios e adagas

que me ferem as noites,

que me matam os dias.

(Direitos autorais reservados – Lei 9.610 de 19.02.98)

Lúcia Constantino
Enviado por Lúcia Constantino em 20/08/2007
Reeditado em 03/06/2011
Código do texto: T616254
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