Comendo as beiradas do momento
Degustando o sangue como se fosse vinho

Rasgando sedas
Ateando fogo as vestes
Construindo metáforas
estratégicas

Que revelam.
Que teatralizam
Que de forma lírica fala sobre a realidade
printada em tons pastéis
ou na poesia mórbida e satírica.

O riso trágico.
A lágrima alegre.

Alma em livro aberto.
Enigmas secretos
encravados em fosseis
Contidos em linguagem.
Semântica

E a ditadura da sintaxe
Sujeito e objeto.
Sujeito e predicado.
E verbo atávico
da inércia fundamental.

Grafia onisciente
de tudo,
por tudo.
Plasmada em tinta,
em grafite
ou nas nuvens

Nuves acima da cabeça
Céu azul imaginário.
Chuva ácida
derretendo obviedades,
construindo paradoxos
e ratoeiras

Carcomido labirinto,
pontes destruíidas,
caminhos perdidos
na lógica bipolar

Certo ou errado.
Inverno ou primavera

Quente ou frio.
E  o morno morrendo 
de solidão
na transição
que termina em morte.

Nas reticências retilíneas
em direção ao infinito,
a memória
ou aos registros parcos
de um silêncio profundo.

Agora e o amanhã
E o ontem gritando saudades.
Abrndo o álbum
da consciência
GiseleLeite
Enviado por GiseleLeite em 04/09/2017
Código do texto: T6104693
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