QUERIA SER UMA PLANTA.
Queria ser uma planta,
espreguiçar ao Sol,
como único perigo,
falam de aquecimento
do tipo global,
muito parecido
com exclusão,
do tipo social.
Algo que satisfizesse
meu ego doente.
Alguma coisa,
qualquer coisa,
como a cor da pétala,
como a sensibilidade do botão.
Alguma coisa que satisfizesse
minha vaidade,
de beleza,
de ternura,
de candura.
Teria raiz...
brotaria em folhas,
no inverno,
no inferno.
Trocaria... Trocaria sim!!
Pseudo carcterística humana
pela hermafrodita.
Teria escolha:
superposição de cores,
de amores.
Raciocínio? Livre arbítrio?
Para que?
Geram confusão,
revolução,
sofrimento.
Dotes humanos? Racionalidade?
Por que?
A terra me abastece,
a beleza me enriquece,
seria o próprio oxigênio.
Sairia ao vento,
como se as cores fossem plumas,
passaria pelo mar,
pousaria sobre a espuma...
Teria espaço,
pequeno, mas meu..
E, com sorte,
alguém humano olharia,
enterneceria,
e levaria um pedaço de mim
como lembrança.
Com o passar do tempo,
seria jurássica.
Ultrapassaria geleiras
seria pesquisa.
Uma cor intensa
que pesquisa nenhuma
poderá entender...