Noite.
Eu olho pro mundo e penso
No quanto me sinto propenso
A não ver
Muita coisa que me alegre
Tempos tristes
Gente sem graça, mérito e nem talento
Tento entregar às estrelas
Todo o crédito dos meus olhares
E alívio de tantos tormentos
Milhares de brilhos
Crias de Deus
Emanando sorrisos aos pares
Fragmentos de luz com as quais
O Nosso Grande Criador
Ornamenta o espaço
Em derredor de todos, sem exceção
Enquanto
Sua mão nos guia em silêncio
Ensinando
O valor do silêncio
Nos falta saber
Que por menos maus, um dia sejamos
Jamais faremos nada igual
nem perto de parecido
Eu me sinto tão perdido
Nesse pequeno pedaço
de espaço esquecido, em meio ao nada
de vez em quando satisfeito
e ao mesmo tempo triste
Por saber que lá fora existe
Um número imensurárel de quasares,
Incontáveis bilhões de Pulsares emersos
Em um imenso Oceano de Estrelas
Todas elas pra lá de belas
Porquanto inversamente
Permanecem simples e singelas
Quais divinas aquarelas
Retratadas lá no Céu
Antes de fechar minha janela
Eu penso
Que em tamanho e infinitude
Três grandezas são comparáveis:
A Perfeição do Deus,
No suave silêncio da Lição aprendida
A beleza do Universo
Justificando a razão de haverem nossas vidas
E a reles e mundana
Estupidez Humana
Sem nenhuma dimensão e nem porquê.
Edson Ricardo Paiva.