Momentâneo renascimento
há de se pensar, do medo crescente,
da incerteza aguda, haverá
um novo dia, outro lugar
e o que terá que ser,
será o que eu quero ver.
há de se indagar
se as pedras no caminho nos falam
e se elas falam, quais serão suas severas ordens?
Aquilo que trago em minha mente é o que terá de ser.
há de se perder, todas as ordens que não agradam,
no vento e no acaso, que se percam mortas
nessas louváveis dúvidas,
incendeia minhas certezas, me desnuda...
há de se entender, o meu querer é insensato
nem sempre é tão leve ao sentir
e nem sempre meu corpo será capaz,
serei então recluso naquilo que faço.
há de se desintegrar, qualquer razão estabelecida
será reentendida uma nova perspectiva
e na coragem, ausente de malícias
serei sedento nas dúvidas, nas poesias sem solução...
há de se chorar, chorar até ao chão rachar,
carregar os medos nesse escuro em tudo que há
pois sempre haverá um novo sol...
e o que terá de ser é onde o meu coração possa compreender...
há de se viver, nesse escuro enlouquecer,
pela multidão a regra é não se repreender...
e nessas capitais meu corpo se perde
a divagar,
e o que terá que ser será o que eu quero ser...
ascenda a luz da janela e deixe o meu sol entrar no seu mundo.