LÚGUBRE INSÔNIA

LÚGUBRE INSÔNIA

(Carlos Celso Uchoa Cavalcante=30/julho/2017)

Não te vejo,

Não te ouço,

Mas...

Eu sinto-a espreitar os meus momentos.

Dormi mal,

Tive sintomas!

Mais tempo estive insone

Na tentativa de consumi-los

Para não consumá-los.

Nada fiz,

Nada me fizeram!

Assim como vieram também se foram.

Enfim, dormi!

Não na suficiência do desejo,

Mas dormi.

E eis que quando desperto,

Ergo as minhas cansadas pálpebras,

Deparando o meu olhar, ainda sonolento,

Com a luminosidade solar,

Que adentrava o meu quarto

Através das frestas da janela.

Contraste agradável,

Um dia afável!

O permutar do quase sobrenatural

Pela homogenia da vida.

Oh! Morte,

Deixa-me na paz!

Deixa-me seguir!

Basta que venhas quando for teu tempo.

(3o. pág. 90)