CICLO
Os dias passam despercebidos
e as noites chegam súbitas
clamando por silêncio. O orvalho cai,
umedece o ambiente exposto,
esfria o interior suposto e adormece.
As manhãs são como todas as manhãs,
pálidas, frias e sempre envoltas em névoas.
As rotinas se cumprem, horas são percorridas,
gastas minuto a minuto, segundo a segundo,
e tudo faz crer ser a vida sempre a mesma. Mas não é.
A vida muda. Hoje não é mais ontem. Simplesmente não é.
As folhas envelhecem e caem, os frutos apodrecem.
A carne torna-se rígida (ou flácida).
Os passos são cada vez mais lentos. E o tempo passa.
Entretanto uma coisa persiste:
envelhece mas continua firme.
Cai mas espera uma chance para levantar
Ou morrer de vez. É o amor.
* Esta poesia está no livro "Mania de Escrever" a ser lançado brevemente com poesias diversas. Visite o blog http://manniadeescrever.zip.net com poesias do referido livro.