CICLO

Os dias passam despercebidos

e as noites chegam súbitas

clamando por silêncio. O orvalho cai,

umedece o ambiente exposto,

esfria o interior suposto e adormece.

As manhãs são como todas as manhãs,

pálidas, frias e sempre envoltas em névoas.

As rotinas se cumprem, horas são percorridas,

gastas minuto a minuto, segundo a segundo,

e tudo faz crer ser a vida sempre a mesma. Mas não é.

A vida muda. Hoje não é mais ontem. Simplesmente não é.

As folhas envelhecem e caem, os frutos apodrecem.

A carne torna-se rígida (ou flácida).

Os passos são cada vez mais lentos. E o tempo passa.

Entretanto uma coisa persiste:

envelhece mas continua firme.

Cai mas espera uma chance para levantar

Ou morrer de vez. É o amor.

* Esta poesia está no livro "Mania de Escrever" a ser lançado brevemente com poesias diversas. Visite o blog http://manniadeescrever.zip.net com poesias do referido livro.

Valdir Barreto Ramos
Enviado por Valdir Barreto Ramos em 14/08/2007
Código do texto: T606477
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