Sapatos Envelhecidos
Levo na mala muitos livros
Palavras comunicadas...
Peso intenso
De grandes certezas
Eruditos inquestionáveis
Levo a mala ou a mala me leva?
Rendida pelo cansaço
Descalço os velhos sapatos
Que parecem apertar
Resolvo sentar.
Sem me dar conta
De quanto tempo se deu
Levanto-me
Adentro-me num rio,
preciso me banhar
E o sol se faz alto
Não vejo mais estradas
E a mala que eu carregava?
O que vejo
É imagem que o tempo
Trabalhou em desgastar
Sapatos envelhecidos
não há mais o que calçar...
Mergulho nas águas do rio
Sem a necessidade de retornar.
Cláudia Machado
21/7/17
Nota: O poema ilustrado está na página Pó de Estrelas no Facebook. Pesquise @podeestrelasestilo.