o paraíso da Cotovia



Da Primavera a noite, bem me lembro...
Perdido em vereda fria, estreita e vazia,
Enfraquecido,distante canto da cotovia...
Caiam verdes folhas em pleno Setembro.

Algo,em mim, movia ora alegre ora triste,
Da cotovia belo canto emudecera,silente,
Como,pois, quisera ouvi-la,novamente!
Pobre de quem ,passivo,torpe,à tudo assiste...

Rubra pena caiu em rodopio preciso,
Esperado sinal, conforto de minh’alma,
Devolveu-me na face esquecido sorriso,
Ah!Que soprou leve brisa,trazia calma...

Arrebatado ao mais distante paraíso ,
Erguia,d’ ave o espírito,diáfano vulto ,
O canto sublime,pastoral sacro oculto,
Tornava forte até o pássaro indeciso.

Em meu cerne o paraíso da Cotovia !
Adormeci em mavioso ,divino vergel,
Doces frutos pendiam que não conhecia,
Apagou de mim a lucidez,entrara no céu...