Doutora
I
Vibrações não sônicas
chamam o meu ser,
coisas pós-biônicas,
mas escravas do prazer.
Talvez o torpe “ter”
seja vida lacônica
canto notas para ver
como sei soar eufônica.
E dessa forma que você afirma
que o objetivo em que se firma
é racional dentro da loucura.
Só eu entendo esse futuro
onde falar “sei” ou “juro”
não é uma forma de cura.
II
Tenho do corpo o doutorado.
Sou doutora em algo, então?
Acontece que estou do lado
que insistem em chamar de são.
E é por isso, colega meu
que não posso te dizer
coisas deste meu ser,
muito menos a de Deus
Como é composto
meu delicado rosto?
Com que célula nova
meu ser vem e prova
Que não estou aqui para
solidificar-te minha cara
e ser assim, “humana”?
Não sou quem se engana.
Sou dona da hora, como Deus fora
mas sou sua escrava como Judas;
porém não sou em nada traidora
eu só estou pedindo a sua ajuda.
III
Médicos também as vezes
adoecem e ficam meses
de cama, querendo caldo...
é só o juros do acre saldo
Quando isso ocorre, a reação
é alguém trazer sua inspiração
ela, portanto, é bem científica
e, quando bem estudada, fica
Como se fosse vinda desse espaço
se você cresse nos brancos braços
sentiria abraços vindo de marte até.
Anime-se, filho, compartilhe sua fé!