Memórias de um anjo
Tudo me veio como uma brincadeira
Um ato insano e provocante
Veio como um encanto a me dominar
Na memória apenas o gosto do sangue
Agora misturado a luxuria e ao pecado
Um ser sem asas sedento por vingança
Que busca dominar seu próprio demônio
Busca recuperar sua dignidade
Nos olhos de alguém sua remição
Sua rendição completa
Mas como se livrar das marcas do passado
Como diluir esse veneno
Que já corre pelas veias
Corroendo cada gota de sua essência
Uma batalha travada no seu âmago
Através de seus olhos vejo a guerra
Espreitando...
Tirando-lhe cada oportunidade
Sinto sua dor na carne
Castigando-me... Consumindo-me...
Na sua imortalidade o sofrimento
De alguém que busca paz e tranqüilidade
Em seus olhos o cansaço do tempo
E uma mensagem de fé
E sem mesmo saber por que continua
E aqui esta ele
Buscando sua liberdade
Sua queda foi um ato de misericórdia
Aquela altura não mais sabia
Onde realidade e loucura haviam se cruzado
Apenas que vivenciava tal experiência
Um tanto desumana e injusta
Enxergar tudo através de seus olhos
O que me restava agora
Era apenas ser-lhe a chave
O caminho do seu descanso.