Castas
Turbilhante, arremesso,
ao bel-prazer das ondas
a sorte lançada aos mares
numa garrafa, despeço
disperso em bares
metade de um terço
de madeira? de desejos
profano a pedir (sem doar)
néctar de doces régios
na luz de fios, ao ar,
sinestésicos ao olfato
e teimo, e peco, e peço
elucidação ao fato,
e volto ao vento norte
a me dar recomeço
e faço falho o ato
e me jogo à sorte,
como olhar, amada arte,
à inspiração cerceada
em vil casto respeito
feito prazer em parte
numa longa escada
pois, enfim, aceito
será o tudo sem nada,
nada sem fim e sem sujeito
em águas de terra encantada...