Castas

Turbilhante, arremesso,

ao bel-prazer das ondas

a sorte lançada aos mares

numa garrafa, despeço

disperso em bares

metade de um terço

de madeira? de desejos

profano a pedir (sem doar)

néctar de doces régios

na luz de fios, ao ar,

sinestésicos ao olfato

e teimo, e peco, e peço

elucidação ao fato,

e volto ao vento norte

a me dar recomeço

e faço falho o ato

e me jogo à sorte,

como olhar, amada arte,

à inspiração cerceada

em vil casto respeito

feito prazer em parte

numa longa escada

pois, enfim, aceito

será o tudo sem nada,

nada sem fim e sem sujeito

em águas de terra encantada...

Dr Niedson Medeiros
Enviado por Dr Niedson Medeiros em 08/04/2017
Código do texto: T5964912
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