caminho impulsionado pelo

matraquear do relógio

desfolhando as horas,

no sorvedouro etéreo 


As mãos sovam silenciosamente

os meus bolsos já puídos

os olhos procuravam no céu,

uma musa inexistente



Quero viver o amor sonhado

pra nós dois sem conhecê-la

Minhas botas deixam na estepe,

as digitais dos meus pés



O sereno esfria o nariz

e descamba o meu chapéu


Meu amor: comparo à Grande-Ursa

que me segue lentamente

mãos suadas grosam o bolso,

os dedos tocam minha pele



A noite é minha! Toda minha!

E os mistérios sussurram-me no escuro

na penumbra movem-se vultos fantásticos



Que faz louca, vibrar minha têmpora,

Umedecida pelo vinho do carvalho