Frevo ciberdélico
Frevo ciberdélico
o mangue ressona o caos
do civil ribombar bélico
"Bom dia, bons e maus
soldados de infantaria..."
Senis e cênicos generais,
burgueses, emudecidos,
choram à amada pátria
lágrimas de ouro anis
sob escambos trocados
por mais de mil Brasis...
Grisalhos capitães, de bengala,
entregam e doam ar, terra,
fogo, mar, água, serra,
quilombo e senzala
ao vento eterno, senhores!
Existiu o El Dourado
hoje rios de penhores
do Império idolatrado,
que fizeste, terra mater,
nas entranhas minerais
para teus filhos tanto dever?
Incontinentes, sem pais,
paz ou voz ou vez ou lei...
Eis o chão aposentado?
Na infinitude da labuta
correntes estalam no rei
em blackout instaurado,
Brasil, nação astuta,
és eterno futebol
em cores, urnas, mídias,
idéias, ao céu e ao Sol,
teu passado estanca os dias
que por vir, em altos coqueiros,
"Salve ó terra de bravos guerreiros..."
dar-nos-ia estadias
de um cavalo de Tróia
assim, faceiro, a fazer história!