Dissolução na Luz
Na respiração do mar
As ondas espraiam lentamente
Num vai e vem cada vez mais amplo
Posso ver ao longe
Espumas fluorescentes que envolvem
Um unicórnio magestoso
Lentamente o vejo sumir na luz
Da lua crescente que nas águas se banha
Aos poucos ele vai se dissolvendo no espaço sereno de lânguidos azuis
Em um oceano luminoso
Se vão histórias antigas
Outrora enraizadas, encravadas, na pele gravadas
Experiências da mente...
Sem o vestígios das formas
A luz azul que a tudo envolve
Mistura-se ao Nada primordial
Após o lúcido devaneio
Aproximo-me para
Banhar-me naquelas águas
Deixo-me ir, sem o pesado invólucro,
No sonho livre que a mente produz
Entrego-me ao espaço luminoso
Com a lucidez de um praticante afortunado
Sinto brotar uma alegria incessante
Então sem o corpo de dor
Cavalgo na vacuidade
Por um mágico chão de estrelas.
Enfim, a liberdade.
Claudia Machado
12/3/17