Vida Dentro da Vida

Junto à extensão das montanhas

entre o lamento do vento

e a fugidia luz que dos céus emana

em tristes tardes sonolentas,

planto a semente do carvalho

no pensamento.

Se o meu passo é nevoento,

se minha alma é peregrina,

dessa semente me alimento

como se fosse divina.

Sou ave em céu aberto,

em misteriosa lida

por entre montanhas,

jardins, desertos,

silenciosa e suicida.

Alegram-me os caminhos

das canções, da imaginação,

da razão de olhos incertos.

Nos espaços, tudo é peito aberto

à vida, ao coração.

Por onde voa a minha vida

encantada e cativa

invento no meu próprio olhar

o rumo certo

pra não me perder na imensidão.

(Direitos autorais reservados – Lei 9.610 de 19.02.98)

Lúcia Constantino
Enviado por Lúcia Constantino em 05/08/2007
Reeditado em 03/06/2011
Código do texto: T593747
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