Vida Dentro da Vida
Junto à extensão das montanhas
entre o lamento do vento
e a fugidia luz que dos céus emana
em tristes tardes sonolentas,
planto a semente do carvalho
no pensamento.
Se o meu passo é nevoento,
se minha alma é peregrina,
dessa semente me alimento
como se fosse divina.
Sou ave em céu aberto,
em misteriosa lida
por entre montanhas,
jardins, desertos,
silenciosa e suicida.
Alegram-me os caminhos
das canções, da imaginação,
da razão de olhos incertos.
Nos espaços, tudo é peito aberto
à vida, ao coração.
Por onde voa a minha vida
encantada e cativa
invento no meu próprio olhar
o rumo certo
pra não me perder na imensidão.
(Direitos autorais reservados – Lei 9.610 de 19.02.98)