Ontem.

Ontem

O dia amanheceu tão calmo

Que tal calmaria tocou-me a alma

E eu duvido que haja neste mundo

Qualquer coração

Que em dado momento

Ao dirigir aos Céus uma oração

Não se percebesse

Coroado e abençoado

Pois, por menor que seja

Qualquer crença

Filosofia

Razão de ser ou de existir.

Não fechar os olhos

Num momento igual àquele

E abri-los no seguinte instante

E não se dar conta

Que a gente pode sim

Saber-se importante

Apesar de pequeno

Alcançar uma certa iluminação

Receber no coração a calma

Saber-se

Parte integrante de um Todo

Algo Gigante, que a tudo une

Almas encontrando almas

Corações percebendo

O pleno apelo

de outros corações distantes

Compreendermo-nos

Física e Infinitesimalmente variantes

Pequenos portadores

de Espíritos Gigantes

Navegando no tempo

somos mensageiros

A meio caminho de lugar algum

Na simples e importante

Missão

De carregar uma mensagem

Cujo pleno teor

desconhecemos

Porém, mesmo assim

de certa forma as intuímos

Na chuva que cai

No brilho das Estrelas

No caminho que os ventos revelam

E, Se em certos momentos

Insistirmos

Em nos sentir tristonhos

Haverá pra sempre

Uma nova oportunidade

de encontrar a verdade em nossos sonhos

Tanto faz, se os sonhamos acordados

Aquilo que diferencia

Umas gentes de outras gentes

É sempre a capacidade

de reconhecer

Seja na forma integral

Ou, quem sabe, percebê-los

Nos poucos fragmentos da verdade

Que nos chega.

O mais importante

Em instantes assim

é tentar e tentar e tentar

Compreender

Que houve sempre um início

E então olhar em volta

Perceber no ar

Todos os indícios

Que aquele simples instante

Faz parte de uma grande História

Que jamais haverá de ter um fim

Desde que a gente deseje

Realmente

Conhecer a verdade da vida

Sempre poderá

Saber que as coisas são

E permanecerão

Pra sempre assim

Independentes da compreensão

Que pode haver ou não

Em mim.

Edson Ricardo Paiva.