ITER

O ar entretecido no silêncio. Parábola alheia à imagética.

Para o olhar, nulidade que não plasmará pensamento.

Abarca a essencialidade poética da expressão imponderável.

O ser paralelo ao conteúdo, mas que tudo contém.

No contexto pré-universo, a totalidade latente ignorava

o mistério de si mesma.

E a retina perecível e imperfeita contempla tua face

esculpida pelo gesto da alma.

Mármore atípico, modelável por ondas sonoras...

Cinzel de palavras ou filete hídrico resvalam

na erosão tênue do teu sorrir.

E no sentimento subjacente à epiderme

destes lábios: a incongruente blindagem

com conceitos vulneráveis.

O medo do súbito encontro com o Infinito.

Onde personas se desintegram como átomos.

E a poesia é.

Rafael Gustavo Vieira

Rafael Gustavo Vieira
Enviado por Rafael Gustavo Vieira em 11/01/2017
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