Pela Janela de onde eu moro (III)
III
Pela janela de onde eu moro,
O que se vê é mais que coisas aparentes,
eu vejo gente
Que olham por suas janelas
Buscando esperanças
Através delas.
Há outra, com um certo alguém
Que me imagina numa janela também,
A olhar absorto nela.
O que poderia me entristecer
É este florescer de jaulas
Que não prendem corpos, mas almas.
Pela janela de onde eu moro,
Que são os meus olhos,
Eu vejo muito mais que horizontes.
Vejo além de estrelas
e coisas distantes,
Muito menos aparentes,
Eu vejo tudo, a Vida,
Além de gente.