Animal de poder

Chá que bebi e não saboreei

que aprofundou a alma

me tornou outro ser

que foge para nascer e crescer

Surge então o animal de poder

Refugiado em sua caverna

Crava suas unhas em uma presa inquieta

Imponente em sua pelagem

Esconde uma alma pura mas dilacera em abordagem

Quem foi este que te criou

Se está comigo desde quando tudo começou?

Desfaz, refaz

Aceita, compreende, volta para sua toca

Pensamentos frequentes

Procurando digerir sua última presa

Ou seriam escolhas o que tem na mesa?

Absurdo se preocupar com isso

Se poeira cósmica é cada indivíduo

Aceita o que tem nas mãos, seja presa, seja perdão

Perdoou então a si mesmo

Abraçou a solidão, o castigo e o medo

Disse que inquieto faz mais sentido

Palavras não são tão fortes se não se faz ouvido

Deu um rugido

E deitou no chão frio encolhido

Fez se então outro ser renascido.

Lhama
Enviado por Lhama em 22/12/2016
Reeditado em 22/12/2016
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