Animal de poder
Chá que bebi e não saboreei
que aprofundou a alma
me tornou outro ser
que foge para nascer e crescer
Surge então o animal de poder
Refugiado em sua caverna
Crava suas unhas em uma presa inquieta
Imponente em sua pelagem
Esconde uma alma pura mas dilacera em abordagem
Quem foi este que te criou
Se está comigo desde quando tudo começou?
Desfaz, refaz
Aceita, compreende, volta para sua toca
Pensamentos frequentes
Procurando digerir sua última presa
Ou seriam escolhas o que tem na mesa?
Absurdo se preocupar com isso
Se poeira cósmica é cada indivíduo
Aceita o que tem nas mãos, seja presa, seja perdão
Perdoou então a si mesmo
Abraçou a solidão, o castigo e o medo
Disse que inquieto faz mais sentido
Palavras não são tão fortes se não se faz ouvido
Deu um rugido
E deitou no chão frio encolhido
Fez se então outro ser renascido.