Ronda da alma
Busco o teu caminhar.
Que não agonize nunca,
pois realiza a perfeição
de ser fonte, de ser gruta.
Que permaneça essa essência plena
de céu e que venha sempre
nesse vôo maturado
de pétalas e a ciência
de que as horas de ausência
não têm presente
e não têm passado.
Ao longo dos olhos
não há fantasmas
pelos oceanos.
Os faróis da alma detectam
as sombras que não nos amam.
E enquanto vamos aqui e ali,
em luas cruzando,
sobre pedras marchando,
realimentamos,
com nosso sangue,
o sumo da terra na rosa,
na varanda da alma
desabrochando.
(Direitos autorais reservados – Lei 9.610 de 19.02.98)