FERIDA ABERTA
Esta ferida aberta
Que carrego em meu peito,
Flor de carne descoberta
A ela, contente me sujeito
E a dor que em mim desperta
O seu sentido eu espreito
Pois que me serve de alerta
Por esse caminho estreito.
Flor comigo nascida
Na viagem é companheira
Me faz ver que a saída
Não está na alegria alcoviteira
Que faz a dor ser escondida
Por uma felicidade passageira
Amor de uma noite vendida
Ilusão de aparência faceira.
Minha ferida, minha flor
Companheira de todas as horas
De minha vida és o motor
Que me faz buscar auroras
Com sóis de eterno fulgor
Que vislumbro entre demoras
Que busco com todo fervor
Enquanto de mim te assenhoras.