O MANTO DA NOITE
eu vi uma mulher vestida com o manto da noite
reinava livre e solta nos prados e nas florestas
sua túnica cobria os lagos à luz do luar
ouvi seu riso a ecoar ao longe nas montanhas
era seguida por cavalos do mar e estrelas
montada numa carruagem de fogo e constelações
com escoltas de pégasos e faunos
ó rainha da noite
deixa-me prostrar perante os pilares de teu palácio
permiti-me devotar meu suor e pensamento
leva-me deste lugar vazio e solitário
não importa se me fazei príncipe ou escravo
mas após passar a noite buscando-te
sumiste como uma miragem na púrpura aurora
deixando-me apenas um sapato de cristal
para fazer-me palpitar a veia e tirar-me o sono