Réquiem de um verso perdido
Réquiem de um verso perdido
Nos meus versos, gostaria que meus reversos, se tornassem nos teus versos, universos paralelos de elos sem fim.
Nos meus idos amores, quaresma de primavera, floradas de tantas dores, esperança, medo e quimera de renascença em mim.
Na distância, na ausência e turbulência eternizada na rima imperfeita feita de tênue e inútil cetim.
A certeza agora fútil e profana, na dúvida feliz de um tempo traçado a giz, pobre esquálido e perdido, exilado e ungido, teimando em ressuscitar o ingenuo passado em balas de festim.
Na minha poesia, letras mortas dançando ao impor do vento, bailarinas ou virgens meretrizes do amor, soltas e felizes, acariciando a indefesa presa brisa, que agônica ao relento, expira, no tolo momento, apenas um cortejo velórico exalando a jasmim.
A certeza agora fútil e profana, na dúvida feliz de um tempo traçado a giz, pobre esquálido e perdido, exilado e ungido. Réquiem solitário, banal e otário de uma vida esquecida, entristecida em um manto, réquiem de um verso perdido, sem canto e encanto em qualquer canto.