INTERSEÇÕES

No revoar da mente vejo corpos contorcidos,

Em sono profundo abateram - se vencidos,

Ao som do céu em meio aos desvalidos.

Irascíveis labaredas lambem em chamas,

Fim da ilusão do corpo dos que clamam,

Ausência total daqueles que nos amam.

Um sutil calor cobriu - me o corpo por inteiro,

Não ouvi soar a voz dos que aqui ficaram

Apenas o vazio no olhar dos que encaram.

Senti saudades da minha querência,

Do gesto sofrido da doce Inocência,

Mulher fiel que sempre foi presença.

Entre o púmbleo e agentema cor sofrida,

Vi sonhos, risos em tom de despedidas,

Solidão de outrora jamais assim sentida.

Relevei o medo e sai em busca insana,

De algo a orientar - me em terrível gana

De um dom que me trouxesse nova plana.

Não sinto nada nem o fremir de ferros retorcidos,

Somente o som desta harpa divina me encanta,

Ao abafar interseções suaviza outros gemidos.

CRS 24.07.07

TEACHER
Enviado por TEACHER em 24/07/2007
Reeditado em 12/07/2008
Código do texto: T577480
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