O abraço de Deus

No infinito vazio deste lugar,

escondo minha sombra.

O tempo não se movimenta,

a coisa não tem nome,

sou apenas a criatura.

Dir-me-ão lá na frente: serdes homem!

Passados, o vazio e o lugar,

contemplo a natureza da memória,

sufoco em mim vossos rios de horrores,

sem nada de vós chegar inteiro a meus olhos.

Quando Deus chegou,

minha alma se apresentou em oração

e tudo o que se entristecia no coração,

alegrou-se em nosso abraço.

Deram-me um nome. Além de ser, eu era um homem,

o filho de Deus, e um sobrenome,

preenchendo o infinito vazio de meus pecados,

de um lado ao outro desse novo tempo misturado,

onde Deus e eu nos abraçamos...