Obscena epifânia
Maldito!
O anjo nú
e moreno
como
tantos
outros
tantos
que me atravessou
do peito
às tripas,
que consumiu
o berro
e a garganta
em chamas
lânguidas,
fogo-fátuo
dos mágicos,
picaretas
e contrabandistas escuros
munidos de flores
outras
nauseantes
do cheiro
doce
dos condenados,
esquálidos
nas esquinas
desertas,
ocas
e áridas
das
tuas asas
imensas,
serafim negro,
breu noturno,
espada na noite.