O QUADRO

Da parede do teu quarto

Eu me invoco sem parar

Observo seu sorriso

E os homens que convida a entrar

Não se esqueça do casaco

Hoje pode esfriar

A noite cinza e os batedores

Hoje podem te encontrar

Sempre correndo em círculos

Quando vai parar?

Estamos todos esperando

Seu coração se ajeitar

Pendurado é bem difícil

Eu não posso me mover

E pregado nunca é fácil

Parece que vou morrer...

Na moldura dura e áspera

Nunca imaginei saltar

Sou a imagem do passado

Do qual nunca mais poderá voltar

Nossa luta nunca acaba

Mesmo após a morte nos separar

Você continua firme e forte

Como uma rocha se opondo ao mar.

Nunca mais nos veremos

Isso me faz querer chorar

Mas a marcha do progresso é lenta

Não podemos nos desanimar

Da parede do teu quarto

Eu não posso me livrar

Sou apenas uma memória

Lutando para te apoiar.

Rosa de Almeida
Enviado por Rosa de Almeida em 29/08/2016
Código do texto: T5743179
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