O QUADRO
Da parede do teu quarto
Eu me invoco sem parar
Observo seu sorriso
E os homens que convida a entrar
Não se esqueça do casaco
Hoje pode esfriar
A noite cinza e os batedores
Hoje podem te encontrar
Sempre correndo em círculos
Quando vai parar?
Estamos todos esperando
Seu coração se ajeitar
Pendurado é bem difícil
Eu não posso me mover
E pregado nunca é fácil
Parece que vou morrer...
Na moldura dura e áspera
Nunca imaginei saltar
Sou a imagem do passado
Do qual nunca mais poderá voltar
Nossa luta nunca acaba
Mesmo após a morte nos separar
Você continua firme e forte
Como uma rocha se opondo ao mar.
Nunca mais nos veremos
Isso me faz querer chorar
Mas a marcha do progresso é lenta
Não podemos nos desanimar
Da parede do teu quarto
Eu não posso me livrar
Sou apenas uma memória
Lutando para te apoiar.