Cantiga de Racine





A peça do grande compositor Gabriel “Fauré Cantique de Jean Racine” composta para piano coro e orquestra me inspirou a compor poema solilóquio onde a alma busca sua transcendência


Ardia,embalde,um facho da vela,
Quisera ter , do meio dia,a claridade
Algo na treva d’ alma,assim,tão bela...
Estranha melancolia,mera saudade.

Sobre a relva orvalhada reclinada face,
A esmo,procurava,entre cedros e espinhos,
Ventura qual borboleta,sobre a flor, pousasse,
E a divina ave voltasse ao abençoado ninho!

Cantiga da quimera,devolva-me a alegria!
Viver da esperança,viver,deveras,é preciso!
Onde deixei a criança com seu terno sorriso?
Gargalhadas de louco era,pois,o que ouvia.

Ah! N’alma exangue pastoral melodia...
Arrebatou-me ribeira d’águas cristalinas,
Da vela poderosa chama ,então, ardia,
Saudade leva-me ,pois,à distante colina!