ATEMPORAL

Venha velhice,
Pouse os seus grilhões,
Sobre a minha realidade,
Sem piedade,
Limite as minhas ações,
Fira rente,
Me coloque de frente,
Com a fugacidade.
Venha velhice,
Não serei súplice,
Não cometerei essa tolice,
De clamar em vão,
Sorverei o cálice,
Venha com a sua precisão,
Traço a traço, seta a seta,
Eu sei, não dá pra ficar isenta,
Mas, a minha alma é de poeta,
Supera a paisagem cinzenta,
Se reinventa a cada dia,
Minha alma se movimenta,
No universo poesia,
Transcendente travessia.
Venha velhice!
Exerça sobre o corpo, seu poder,
Pois, a alma você não domina,
Ela sempre será poética menina,
Com atemporal lirismo de ser...