ai de mim, Candelária!

faço poesia andando pra trás

não estou preocupado se estou dando ré

não estou preocupado com a etiqueta

que você tem ou escolheu para mim

faço poesia andando de lado

não estou preocupado em ser caranguejo

não estou preocupado com o que almejo

ou se o meu desejo é o início do fim

faço poesia andando pra frente

não estou preocupado se o amigo me mente

ou se o aguardente não me saciou

ou se a semente matou o jardim

faço poesia andando pra cima

não estou preocupado se na minha esquina

a doce menina tirava a calcinha

e me oferecia um beijo de cetim

ai de mim, Candelária!

de candelabros preciso

Rio, 16/07/2007